14.5.07

ZE DE RIBA - Cantor e Compositor Maranhense de Dom Pedro


(clipe da música REPROCESSO ao lado)

Descoberto por Simone, que em 2001 gravou duas músicas suas, Zé de Riba chega ao primeiro trabalho, Reprocesso. Cinco anos depois de seu nome aparecer nos créditos de Seda pura, Zé mostra a própria interpretação para sua obra.
A poesia urbana tem a visão do homem simples. Nada de rebuscado, a linguagem é da rua, do dia-a-dia. Treze crônicas com personagens e assuntos conhecidos em todo grande centro. Sua visão pode ser irônica e política ao mesmo tempo. "Esse mundo demente / Não foi feito pra gente", garante em Sabe Alencar. "Eu já nasci desempregado", defende-se em Desempregado, que tem participação especial de André Abujamra.
Outra adesão na estréia de Zé de Riba é o festejado trombinista Bocato, que ganhou uma música em sua homenagem, Samba para o Bocato. Integrantes da lendária Nação Zumbi também aparecem em Reprocesso, faixa que batizou o CD. "Na Europa mata-se foca / Com taco de baseball", atira o verso sem amenizar as imagens que chegam até uma blitz policial.
As duas músicas que apresentaram seu nome através de Simone também estão presentes no disco. A existencialista Fuga nº 1 diz: "A gente inventa qualquer coisa / Pra não sofrer / E rir à toa / Pra não chorar". Já o mundo dos excluídos nada virtuais está cheia de achados no repente www.sem.
Personagem conhecido das grandes cidades mas nunca retratado em música, o ambulante de ônibus aparece em Oito pilha hum real. Ou o amigo Juvenal, que pede "dez conto" para um cigarro e some sem pagar.
Nas mãos do produtor Mano Bap, seus sambas e cocos ganham contornos eletrônicos e viajam até pelo rap. Acostumado a trabalhar com grupos como Karnak, o multi-instrumentista Mano Bap lapida a música de Zé de Riba e dá a ela um ar contemporâneo. Roupa ideal para o artista apresentar seu novo show dentro do festival Humaitá pra peixe, ponta de lança carioca de novidades moderninhas. Zé de Riba foi uma das certeiras apostas de 2007.
Aos 45 anos, o filho exilado do Nordeste brasileiro(Dom Pedro MA) estréia em disco. Suas idéias e suas letras estão aí, no cotidiano, nas crônicas urbanas e nas conversas da grande cidade. O artista capta, processa, reprocessa e transforma os assuntos comuns em música.