3.8.10

CIDADANIA ZERO - UMA VERGONHA!

O Matadouro Municipal, de onde sai boa parte da carne consumida em Dom Pedro, está em condições sanitárias deploráveis. A imundície começa na parte interna, onde os animais são abatidos. Os dejetos malcheirosos provenientes do abate e as carcaças dos animais ficam a céu aberto no entorno do matadouro, onde os urubus se encarregam de espalhá-los.


O chamado Galpão da Ceasa deveria ser o centro de um complexo esportivo, para o qual foram liberados R$ 220 mil pelo Ministério do Esporte, mas o 'elefante branco' está abandonado desde 2008.



O mercado municipal do povoado Triângulo foi demolido para construção do posto de saúde, o que não agradou a população. Além disso, o material de construção foi colocado na praça, desativando uma das poucas áreas de lazer do Triângulo. As obras do posto de saúde do povoado - outros dois estão sendo levantados a toque de caixa na Vila Ribamar 1 e no povoado Centro do Primo - começaram a ser tocadas no começo de julho, mas o dinheiro (R$ 538,5 mil, recursos estaduais) já havia chegado cinco meses antes.

FONTE: JORNAL PEQUENO (SÃO LUIS)

http://www.jornalpequeno.com.br/2010/8/1/cidadania-zero-126546.htm

Em Dom Pedro: Miséria mostra a cara na Vila Ribamar e no Povoado Triângulo


A expressão ‘imagens falam mais do que palavras’ cabe bem no caso de Vila Ribamar 1 - localizada na sede de Dom Pedro - e do Povoado Triângulo, o mais populoso do município, onde vivem cerca de 2 mil pessoas.



MAIARA DA CRUZ, 23 anos, lavradora, dois filhos



Moradora da Vila Ribamar 1, Maiara é natural de Santo Antonio dos Lopes, município vizinho a Dom Pedro. Como ela, quase todos os moradores das vilas Ribamar 1 e 2 são de outros municípios.

Vieram atraídos pela doação de uma ampla área de terra pelo ex-prefeito Ribamar Filho. Só que o lugar não tem infraestrutura básica, como abastecimento de água, coleta de lixo regular, policiamento. A energia elétrica chega às casas por meio de "gambiarras" rudimentares. Os moradores também não tem os títulos das terras.

Antes, os moradores da Vila Ribamar chamavam o local de invasão do Iraque. Ribamar achou por bem trocar o nome e pôr o seu. Fez esse tipo de autopromoção também em várias placas de ruas de Dom Pedro. Igualmente, deu seu nome ao estádio de futebol da cidade, atualmente desativado.




Maiara da Cruz mora na Vila Ribamar 1 há sete anos. Seu marido é o lavrador Adaílton Souza da Silva, 24 anos. Ele trabalha na Patioba, povoado a mais de 30 km de Dom Pedro, em Gonçalves Dias.

O dinheiro ganho por Adaílton - cerca de R$ 200 mensais - é complementado pelo auxílio do Bolsa Família (R$ 112).

No casebre de taipa onde o casal mora com os dois filhos não tem fogão. Maiara cozinha com carvão. O saco custa R$ 12 e dura uma semana. Os "móveis" de Maiara são uma cama, uma TV usada e uma rede.



ROSILENE RODRIGUES DOS SANTOS, 40 anos, lavradora, cinco filhos

Moradora do Povoado Triângulo, Rosilene já engravidou 10 vezes. Nunca usou anticoncepcionais porque "não gosta", disse. Em junho passado, perdeu um filho pela quinta vez.





Segundo Rosilene, a criança estava mal posicionada, mas um médico do Hospital João Costa, de Dom Pedro, a examinou, fez um ultrassom e a mandou para casa.

Ela passou mal e foi para um hospital de Santo Antonio dos Lopes; depois foi encaminhada para outro em Caxias.

Tiraram a criança ainda viva de dentro dela, mas o bebê morreu minutos depois. Ela própria quase perdeu a vida. Ficou três dias internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Rosilene acha que a criança seria salva se o hospital de Dom Pedro tivesse condições de fazer cirurgias em casos como o dela, de parto complicado.


Agosto de 2010


fonte: link

http://www.jornalpequeno.com.br/2010/8/1/miseria-mostra-a-cara-na-vila-ribamar-e-no-povoado-triangulo-126545.htm